quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Você é uma "mãe ladra"?



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Fotógrafa: Carolina Menezes
Uma hipotética “mãe ladra” desabafou isso em sua timeline e caiu como uma luva pra mim, veja se essa luva serve pra você:

Sempre temi em ser uma "mãe ladra". Temi logo que começaram a andar. Temia roubar-lhes as pequenas quedinhas diárias, aquelas que caem com o bumbum no chão. Quedinhas que os fazem aprender a cair e levantar sozinhos.

Temi ser "mãe ladra" quando entraram na idade escolar. Temia roubar-lhes a capacidade de se socializarem. Várias vezes olhava de longe no portão da escola e quando os via sozinhos, tinha imensa vontade de pedir aos amiguinhos que se aproximassem. Mas como podia eu, tolher a possibilidade de que aprendessem como é viver em sociedade?

E nas festas escolares, pensava eu - como "mãe ladra": - minha filha deveria ser a noivinha. Mas quando olhava para minha pequena perdida na multidão de caipirinhas iguais, percebia a felicidade dela de não estar em destaque.

E no futebol? A "mãe ladra" ia para ver o artilheiro! E lá estava ele feliz no gol. Como podia eu roubar o sonho do menino ser um Rogério Ceni?

Adolescentes que se tornaram: já não querem mais minha companhia. No início Tive vontade de "roubar" esta separação necessária que ocorre nesta fase. Vontade de vendar-lhes os olhos ao mundo e que pudessem ver somente a nós. Tirar-lhes a independência e a autonomia, pra ficarem na barra da minha saia. Tive vontade de que não amadurecessem pra que minha importância permanecesse. Mas como podia eu roubar anos tão importantes, anos tão significativos na passagem pra vida adulta? Como?

E assim, tenho vivido entre este conflito: dar-lhes ou ser a "mãe ladra" e roubar-lhes?
(por Roberta Crisppi)

Sempre ouvi e acatei como verdade que criamos os filhos para o mundo, fácil jogar essa frase ao vento quando eles são crianças, minha filha já está na pré-adolescência e aos poucos sinto que ela está “escorregando” das minhas mãos! Dá um frio na barriga…

Ainda temos conversas (pessoais, não por whatsapp) e ela me conta muita coisa, mas sei que tem outras muitas coisas que já não me conta.

Outro dia fiquei indignada, eu estava em São Paulo e ela ia dormir na casa de uma amiga em Campinas, preocupada e “roubando-lhe” a responsabilidade de arrumar sua bagagem, mandei a seguinte mensagem pra ela:

Whats Luisa.jpg

S… SIM, nossa comunicação está bem resumida! rsrs
PS: Ela esqueceu de pegar o pijama e a escova de dentes.

Haja desprendimento e doação, cara amiga Roberta!


Fernanda M Carracedo


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