Foi
durante um almoço que fiquei sabendo... engasguei várias vezes ao ouvir o apuro
que minha amiga havia passado naquele final de semana. Coisa de comédia
pastelão.
Ela
foi contando e eu ria de passar mal, não sei se do fato em si, ou do jeito que
ela narrava.
Aquele
parecia um vôo comum. Coisa rápida, BH para São Paulo, uma horinha sem mais
delongas.
Antes
do embarque passou no banheiro para trocar a fralda do Dudu, que, para variar,
estava cheia (mas pelo menos havia trocador e espaço para tal).
Quando
embarcou, não poderia imaginar o que estava por vir.
Domingo
à noite, vôo lotado, assento péssimo, bem no meio. E pra quem tem filhos deve
saber que esse, não é, nem de longe, o melhor lugar para se sentar. Não
bastasse estar sentada na poltrona do meio, ao lado tinha uma figura dormindo
com o ipod ligado, mas tudo bem, uma hora passa rápido, pensou.
O
mocinho queria brincar, olhava o papai, olhava a mamãe e descobriu que tinha
gente no assento traseiro... um tio super legal sorriu para o bebê, tudo o que
ele queria para liberar a energia que se escondia naquele corpinho.
Começou
a pular loucamente, rir muito e dar gritinhos... tudo bem que era um vôo
noturno e todos queriam dormir... mas ele certamente não iria deixar... farra
era a palavra de ordem!
Depois
de muita bagunça ouviu-se algumas trovoadas... mas a tempestade era em outro
lugar, na fralda do Dudu.
Começou
discretamente, mas em minutos o ar foi se contaminando pelo cheiro que exalava
aquela singela fraldinha. Minha amiga até pensou em esperar um pouco pra trocar
aquela fralda... mas essa possibilidade era inexistente pois o cheiro era
insuportável.
Deu
início a uma operação de guerra, juntou Dudu de um lado, fralda, lenço
umedecido e pomada de assaduras do outro, levantou-se e passou pelo primeiro
obstáculo, o rapaz dormindo pesadamente com seu ipod... e pra piorar minha
amiga não é pequena, é um baita mulherão, o que dificultou consideravelmente a
passagem.
Vencido
o primeiro obstáculo, ainda tinha um corredor imenso de avião pela frente.
Da
mesma forma que um bolo exala um cheiro maravilhoso ao sair do forno... a
fralda do nosso protagonista exalava aquele cheirinho nada agradável pelo
corredor.
Todas
os assentos lotados, nenhum lugar para a troca da fralda do mocinho.
Enfim,
minha amiga, encontrou uma comissária e pediu um bendito lugar para acabar com
aquela tortura geral.
Assim
um banheiro foi indicado para minha pobre amiga.
Ao
abrir a porta do suposto banheiro percebeu que o espaço que ela tinha para
trocar o Dudu era minúsculo... imaginem: mulherão e bebezão num quadradinho... mas era o que se
tinha no momento.
Parecia
a salvação da população do avião, mas também o fim de minha amiga. Ao fechar a
porta do pequenino banheiro ela ganhou inteiramente grátis aquele cheiro só
para si, digo que foi só pra ela, porque o Dudu vê festa em tudo... e bater as
perninhas na parede do banheiro era mais um motivo de alegria.
Depois
de muito malabarismo e tropeços ela venceu a batalha e conseguiu sair do
banheiro com o Dudu cheirando a novo.
Passou
rapidamente pelos assentos, sem olhar para os lados, até chegar ao seu lugar. Trilhou
mais uma batalha para passar pelo rapaz do ipod, que continuava a dormir, e
sentou-se.
Aliviada,
pensou... ninguém em sã consciência entra naquele banheiro.
E
eu certamente imaginei uma fita na porta do banheiro escrito: Lacrado!
E
essa foi mais uma aventura de uma mãe... porque somente depois de ser mãe você
descobre o verdadeiro significado da palavra aventura!
Andréa Cristina Figueira
Fonte da Imagem: Google
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